O óleo de coco ganhou popularidade nos últimos anos como um alimento “funcional” por conter triglicerídeos de cadeia média (TCM), que são absorvidos e metabolizados de forma mais rápida pelo organismo em comparação com outras gorduras. Essa característica levou à crença de que o óleo de coco poderia ser benéfico no contexto de dietas para controle de peso.
No entanto, em pacientes com obesidade, perfil glicêmico e lipídico alterados, a utilização de óleo de coco como estratégia nutricional pode ser contraproducente e até prejudicial.
Apesar da presença de TCMs, o óleo de coco é composto por cerca de 87% de gordura saturada — uma das maiores concentrações entre os óleos vegetais. O consumo excessivo de gordura saturada está fortemente associado ao aumento dos níveis de LDL, popularmente conhecido como “mau colesterol”. Esse efeito é especialmente preocupante em pacientes que já apresentam dislipidemias ou risco cardiovascular aumentado.
Além disso, em pessoas com resistência à insulina, o alto consumo de gordura saturada pode agravar o quadro. Evidências científicas mostram que dietas ricas em gordura saturada podem comprometer a sensibilidade à insulina, dificultando o controle glicêmico e contribuindo para a progressão da resistência à insulina para diabetes tipo 2. Isso ocorre porque a gordura saturada interfere negativamente no funcionamento celular e nos mecanismos de sinalização da insulina.
Portanto, o consumo não é recomendado para pacientes com obesidade, resistência à insulina e/ou LDL elevado. Nesses casos, a substituição do óleo de coco por óleos vegetais ricos em gorduras insaturadas é uma excelente estratégia. As melhores opções incluem:
- Azeite de oliva: fonte de ácido oleico, possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, ideal para uso cru ou em preparações leves.
- Óleo de soja: rico em ácidos graxos poli-insaturados (especialmente ômega-6) e vitamina E, ajuda a reduzir o LDL.
- Óleo de canola: com baixo teor de gordura saturada (~7%) e presença de ômega-3 (ácido alfa-linolênico), é uma das opções mais equilibradas.
Ambos podem ser usados com moderação no preparo dos alimentos, sempre respeitando o contexto da dieta como um todo.