
As festas de dezembro são, para muitas famílias, o momento mais aguardado do ano. É hora de reunir gerações, trocar presentes e, claro, aproveitar a mesa farta. Peru, pernil, rabanada, panetone, bacalhau... as tentações são muitas.
No entanto, para quem está na terceira idade, o excesso típico dessa época pode ter consequências rápidas e graves. O metabolismo do idoso é mais lento, a digestão é mais sensível e doenças crônicas (como diabetes e pressão alta) não tiram férias.
Isso não significa que o idoso deva ficar isolado comendo uma sopa sem graça enquanto a família festeja. O segredo está no equilíbrio.
Preparamos um guia para que a ceia de Natal e Ano Novo seja saborosa e segura.
Muitos pratos típicos natalinos são bombas de sódio. O bacalhau, o tender, o presunto e as carnes processadas contêm quantidades de sal que podem elevar a pressão arterial rapidamente.
A dica: se for preparar bacalhau, dessalgue-o com muita antecedência e rigor. Para as carnes, prefira temperos naturais (ervas, alho, cebola, limão) em vez de temperos prontos industrializados. E lembre-se: o idoso tem o paladar menos sensível, então ele pode não perceber que a comida está salgada.
A mesa de sobremesas é um desafio para idosos diabéticos. Além disso, pratos salgados como arroz, farofa e massas também se transformam em açúcar no sangue.
A dica: não proíba, mas negocie porções. Se o idoso vai comer um pedaço de rabanada, reduza o arroz ou a batata do prato principal.
Uma ótima estratégia é oferecer uma salada colorida e rica em fibras antes do prato principal. As fibras ajudam a diminuir a velocidade com que o açúcar entra no sangue, evitando picos de glicemia. Opte também por frutas da estação como sobremesa principal.
O sistema digestivo do idoso funciona em um ritmo diferente. Comer grandes volumes de comida muito tarde da noite (a tradicional ceia da meia-noite) é uma receita para má digestão, refluxo e uma noite mal dormida.
A dica: Tente servir o jantar principal em um horário mais convencional (entre 20h e 21h) e deixe para a meia-noite apenas uma refeição leve ou uma fruta. Isso garante que o idoso vá para a cama com a digestão já adiantada.
Em meio à conversa e à festa, é comum que o idoso esqueça de beber água. Somado ao calor de dezembro e ao consumo de alimentos mais condimentados, o risco de desidratação aumenta.
A dica: mantenha copos de água ou sucos naturais sempre à mão e ofereça ativamente. Se houver consumo de álcool (como um espumante para o brinde), intercale cada taça com um copo de água.
O clima festivo pode levar ao esquecimento dos horários dos remédios ou ao consumo de álcool sem pensar nas consequências. Álcool e medicamentos para pressão, diabetes ou antidepressivos podem ser uma mistura perigosa, causando desde sonolência excessiva até quedas de pressão.
A dica: o cuidador ou familiar responsável deve manter o alarme dos remédios ativado, mesmo na noite de Natal. Consulte o médico previamente sobre a liberação de uma taça de vinho ou espumante para o brinde, para ter certeza de que é seguro.
Na Suntor Clínica de Transição, acreditamos que a saúde emocional é tão importante quanto a física. Participar da ceia, estar à mesa com a família e saborear uma comida gostosa são atos de amor e socialização fundamentais para o idoso.
Com pequenas adaptações no cardápio e um olhar atento dos familiares, é possível garantir que as festas deixem apenas boas memórias, e não problemas de saúde.
Desejamos a todos um fim de ano de paz, união e muita saúde!
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