A alta hospitalar deveria ser um momento de alívio, mas para muitos brasileiros, ela se torna o início de um ciclo perigoso de complicações e novas internações. A prática da alta precoce, comum em hospitais públicos e privados, expõe uma falha crítica no sistema de saúde e transfere para as famílias um fardo para o qual não estão preparadas. A solução, no entanto, pode estar em um modelo de cuidado intermediário: as clínicas de transição.
Pressionados pela alta demanda por leitos e pelos custos elevados, muitos hospitais liberam pacientes antes de sua plena recuperação. Embora pareça uma medida de eficiência administrativa, essa decisão aumenta o risco de complicações e eleva as taxas de reinternação. Dados do Ministério da Saúde confirmam a gravidade do problema: uma em cada cinco internações no SUS resulta em uma nova hospitalização em até 30 dias. Entre os idosos, especialmente após cirurgias complexas ou no tratamento de doenças crônicas, esse índice é ainda maior.
O hospital moderno é projetado para tratar casos agudos, e a permanência prolongada após a estabilização do quadro pode ser prejudicial ao paciente, aumentando os riscos de infecção, perda muscular e até depressão. No entanto, a alternativa não pode ser uma transferência abrupta da responsabilidade para o ambiente doméstico, que frequentemente carece de estrutura adequada para cuidados complexos.
É nesse cenário que as famílias se veem desamparadas, tendo que lidar com equipamentos como sondas, medicações complexas, curativos e a mobilidade limitada do paciente. Esse improviso é um terreno fértil para complicações, gerando um ciclo vicioso de reinternações que poderiam ser evitadas.
Uma solução eficaz para preencher essa lacuna no sistema de saúde são as clínicas de transição. Essas unidades são especializadas em cuidados pós-hospitalares e oferecem um plano de acompanhamento estruturado, contínuo e multidisciplinar, focando na reabilitação do paciente.
Os resultados comprovam a eficiência do modelo:
Redução da taxa de readmissão: o índice de reinternação de pacientes que passam por essas clínicas é inferior a 2%.
Reabilitação eficaz: apresentam altos índices de sucesso na retirada de dispositivos invasivos, como traqueostomias, ventilação mecânica e sondas.
Segurança do paciente: há uma menor incidência de eventos adversos quando comparado ao ambiente hospitalar ou doméstico sem preparo.
Apoio familiar: as clínicas aliviam o peso sobre os familiares, oferecendo o suporte técnico necessário e preparando-os para a retomada segura dos cuidados em casa.
Enquanto países da Europa e os Estados Unidos já integraram as clínicas de transição como parte fundamental de seus sistemas de saúde, o Brasil ainda engatinha nessa discussão. Atualmente, o setor se concentra no mercado privado e em grandes capitais, atendendo principalmente o público de alta renda.
Limitar o acesso a um modelo tão eficaz é desperdiçar uma oportunidade de reorganizar o sistema de saúde. A integração dessas unidades à rede pública seria um passo decisivo não apenas para reduzir custos hospitalares, mas, principalmente, para humanizar o processo de recuperação e garantir a continuidade do cuidado.
Com o envelhecimento da população e a pressão crescente sobre os hospitais, a alta precoce tende a se intensificar. A questão não é se o problema vai desaparecer, mas como o sistema de saúde irá enfrentá-lo. Apostar em soluções inovadoras como as clínicas de transição não é apenas uma alternativa, mas uma necessidade urgente para um cuidado mais seguro e humano.
Uma solução multidisciplinar
A transição segura entre a alta hospitalar e o retorno para casa não precisa ser um desafio enfrentado sozinho. E para preencher essa lacuna, a Suntor Clínica de Transição oferece um plano de cuidado estruturado, com acompanhamento multidisciplinar e contínuo. Nosso foco é a reabilitação completa do paciente em um ambiente seguro e preparado, aliviando o fardo das famílias e garantindo que a recuperação seja um processo humanizado, completo e livre do risco de reinternações evitáveis.
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